Andifes anuncia retorno de aulas em formato remoto em 54 universidades

Mapa do Brasil em cinza, com pontos de conexão interligados em verde, e o escrito Universidades Federais, em branco sobre fundo verde

A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) anunciou nesta quinta-feira, 20, que 54 das 69 universidades federais aprovaram resoluções para o retorno às atividades acadêmicas com aulas remotas nesse período de pandemia. Algumas instituições já iniciaram o ensino na modalidade neste mês de agosto, outras, como é o caso da Ufes, vão começar em setembro.

Para viabilizar o ensino remoto de emergência, as universidades passaram por um processo de levantamentos diversos, desde aspectos econômicos para acesso a pacote de dados e a equipamentos tecnológicos, localização geográfica para sinal de internet, preparação do corpo docente, infraestrutura de tecnologia de informação disponível e conteúdos passíveis de serem trabalhados de forma remota, até referência legal para migração da atividade presencial para a modalidade virtual.

“A partir desse amplo diagnóstico e discussões dialogadas internas, chegamos até configurar esse movimento que hoje engloba praticamente todas as universidades, parte já retornando, parte já com data para retorno definida e as demais, no âmbito dos seus conselhos, com sua autonomia, discutindo esse retorno, ancorado sempre em três princípios básicos fundamentais: segurança da comunidade universitária, pois é impossível voltar presencialmente, por isso a forma remota; a isonomia entre os alunos, pois sabemos das dificuldades e estamos atentos a isso para não deixar que ninguém fique para trás; e o compromisso com a qualidade que é a marca da nossa universidade pública”, afirmou o presidente da Andifes, Edward Madureira Brasil, que também é reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG).

Ele ressaltou que todas as universidades estão com programas de auxílio de inclusão digital para fornecer equipamentos e pacote de dados para estudantes de baixa renda. Para Madureira Brasil, a iniciativa anunciada pelo Ministério da Educação de oferecer internet para alunos da rede federal em situação de vulnerabilidade econômica é importante, mas não resolve o problema. “Esse auxílio claramente não é suficiente. Se propõe a atender família com renda per capita até meio salário mínimo. A gente sabe que a camada na faixa de renda imediatamente acima dessa também foi impactada. As universidades terão que fazer esforço extra para conseguir viabilizar essa conectividade”, afirmou. Conforme dados apresentados pela Andifes, do total de 1.005.865 estudantes matriculados nas universidades federais brasileiras, 403.792 têm renda familiar per capita até meio salário mínimo; 315.660, entre meio e um salário mínimo e 186.339 entre um e um salário e meio.

Corte no orçamento

Outra preocupação da Andifes é o anúncio do corte de 18,2% na proposta de orçamento da União para 2021, anunciado pelo MEC no início de agosto. “Num ambiente de três anos de orçamento congelado, com contratos que vêm sendo sempre reajustados e, seguramente, com despesas crescentes em função da pandemia, com gastos de conectividade, adequação de salas no retorno presencial, que não será na sua plenitude, tudo isso causa grande preocupação. Em condições normais e com o mesmo orçamento já seria preocupante. Com [a proposta de] 18,2% a menos... a questão do orçamento é uma das que mais nos aflige”, afirmou o presidente da Andifes.  

Enfrentamento à pandemia

O presidente da Andifes lembrou o papel das universidades no enfrentamento à pandemia, ressaltando que as instituições não ficaram paradas desde março, quando da suspensão das atividades acadêmicas. “As universidades federais em nenhum momento paralisaram suas atividades, ao contrário, as instituições se apresentaram com o que têm de melhor: as pessoas, o conhecimento, os laboratórios, a infraestrutura e, principalmente, com a solidariedade e com o compromisso público que são marcas das nossas universidades. O primeiro compromisso que a universidade assumiu neste contexto foi com a vida das pessoas”, afirmou.

Ele destacou os projetos de pesquisaassistência e extensão desenvolvidos nas universidades como ações de enfrentamento à COVID-19 que, inclusive, auxiliaram governos de diversos estados na tomada de decisões. “As universidades fizeram e continuam fazendo, pois a pandemia está aí, teremos seus desdobramento, e não conseguimos prever onde tudo isso termina. As universidades foram e estão sendo um dos maiores aliados da sociedade”, destacou.

Texto: Sueli de Freitas
Imagem: Universidade Federal do Amapá (Unifap)
Edição: Thereza Marinho

Publicado em 20 de Agosto de 2020.

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