Coordenadora do COE analisa atual estágio da pandemia, e boletim recomenda manter fase 3

O Comitê Operativo de Emergência para o Coronavírus da Ufes (COE-Ufes) divulgou, nesta quinta-feira, 27, o primeiro Boletim Informativo Covid/Ufes do ano de 2022. O documento, que analisa os dados epidemiológicos no período de 1º a 25 de janeiro, traz um alerta sobre a elevação do número de casos suspeitos e confirmados da covid-19 provocada pela variante ômicron, que tem maior potencial de transmissibilidade, sendo necessário reforçar a manutenção de todas as medidas de prevenção, como usar máscara, respeitar o distanciamento, higienizar as mãos e evitar aglomerações.

O boletim chama atenção também para o aumento dos casos de gripe, o que tem levado muitas pessoas a procurarem atendimento nos serviços de saúde.

Diante do novo cenário da epidemia no Brasil e no Espírito Santo, o COE-Ufes recomendou à gestão a manutenção da Fase 3 do Plano de Contingência da Ufes, porém estabelecendo medidas mais restritivas no que se refere ao percentual de servidores em um mesmo espaço de trabalho nos campi, e reforçando as medidas de precaução efetivas contra a covid-19

Em entrevista para o Portal da Ufes, a coordenadora do COE, Leila Massaroni, falou sobre essa nova fase da epidemia, os impactos que ela provoca no processo de retorno gradual das atividades na Universidade e a perspectiva de termos que aprender a conviver com o novo coronavírus. Confira!

Olhando a realidade de hoje, a circulação da variante ômicron pode impedir o retorno às atividades presenciais no início do próximo semestre, em abril, como estava indicado anteriormente?

Nós temos tido surpresas constantes com o comportamento do SARS-CoV-2. E temos caminhado nessa análise. O que percebemos pelos estudos em nível mundial é que a disseminação da doença é temporária, aumenta por um período em torno de quatro semanas; isso a partir da experiência de outros países que já passaram pela situação que o Brasil está vivendo. O que está sendo projetado pelas autoridades de saúde é uma situação de equilíbrio para a segunda quinzena de fevereiro.

Diante disso, a gente prefere observar a situação. O que nos traz uma situação distinta dos anos 2020 e 2021 é que, atualmente, nós temos a imunização com grande percentual de pessoas devidamente vacinadas. Isso tem demonstrado que, apesar de a ômicron se disseminar rapidamente, não traz um nível alto de internação e letalidade como outras variantes.

Então, caso diminua essa onda de contágio até fevereiro e os dados voltem para o nível aceitável, não crítico, ampliando a vacinação e a testagem, avançar para a fase 4 [ensino 100% presencial] é uma possibilidade que não pode ser descartada para 2022/1. Nós fazemos projeções, mas as confirmações virão em tempo oportuno, com o acompanhamento da situação da covid-19 em níveis estadual e internacional.
 

Então, diferente dos dois primeiros anos da pandemia, nós podemos dizer que há uma perspectiva de volta à normalidade colocada para 2022?

Essa é uma previsão, sim. Com o avanço da imunização e da testagem, teremos uma situação menos complexa do que tivemos em 2020 e 2021, a ponto de autoridades sanitárias expressarem a projeção de que nós vamos conviver com o coronavírus a partir de agora, como convivemos com o vírus influenza. Então, provavelmente teremos um controle mais efetivo da situação.

Nós teremos que aprender a conviver com o coronavírus. Por isso, as medidas de precaução se impõem de uma forma muito mais efetiva. Sempre foram necessárias e agora, mesmo com a vacinação, ainda são importantes. Usar corretamente as máscaras, higienizar as mãos, evitar aglomeração, manter distanciamento social. E cada um de nós buscar a vacinação no seu esquema completo. E temos a Criarte e uma escola municipal dentro do espaço físico da Universidade. Não podemos esquecer a vacinação dessas crianças. 

Nos espaços da Ufes, temos álcool em gel e água e sabão em locais estrategicamente distribuídos. Também houve adaptação dos espaços para manter o distanciamento social e evitar aglomeração em espaços como o restaurante universitário. O que mais é necessário?

Há algo importante que temos que lembrar à nossa comunidade: é a questão atitudinal. Eu posso ter a universidade disponibilizando insumos e equipamentos de proteção, mas a comunidade acadêmica precisa entender que existe a questão da atitude. Fazer o uso correto de máscara e me comportar dentro dos padrões de prevenção estabelecidos nos ambientes é fundamental.

O que a gente tem recomendado é que as pessoas adotem as medidas de precaução em todos os espaços, dentro da Universidade e fora. Hoje, o que observamos é que a variante ômicron tem se espalhado nas festas, nos encontros familiares nos quais retiramos as máscaras. Então, recomendo, sugiro e insisto que as medidas de precaução sejam adotadas em todos os espaços em que cada um circula.

Além da conscientização para o compromisso coletivo, alguma outra medida para o cumprimento do esquema vacinal, incluindo a dose de reforço?

Sim. Mediante todas essas orientações que nós temos das autoridades sanitárias, o Conselho Universitário determinou, além das medidas de prevenção, a apresentação do atestado de vacinação, que deve ser encaminhado por meio do sistema próprio da Universidade, tanto para professores como para os técnicos-administrativos e os alunos no retorno à sala de aula. A Ufes está fazendo isso, com todo cuidado para não expor informações privadas de ninguém, de maneira bastante sigilosa. Esse é o papel da universidade: formar, ter a participação social e cuidar também, tanto o cuidado individual como o coletivo.

Qual recado você deixa para a comunidade universitária?

A gente fica muito assustado com essa variante, pois é um rastilho de pólvora, vai numa velocidade muito grande. Mas, compare com o que foi a pandemia em 2020, quando era tudo novo, não tínhamos conhecimento e não tínhamos vacina; compare com 2021, quando começou o processo de imunização; agora temos mais de 70% da população devidamente vacinada. Hoje temos a situação sob controle diante do grande percentual de vacinados.

Então, temos uma situação preocupante porque é uma variante que se dissemina muito rápido, mas estamos em outro momento, com condições de nos precaver contra a doença. A ciência sempre tem dito que vamos viver de forma diferente, convivendo com esse vírus. Temos que observar a ciência, o que dizem as autoridades sanitárias, tomando as medidas de prevenção para o bem coletivo.

Essa evolução no lidar com a pandemia se deve à ciência e à contribuição das universidades brasileiras?

As universidades participaram ativamente desse processo. Grandes estudos foram realizados por pesquisadores para conhecer o vírus, desenvolver as vacinas e as medicações. Os especialistas que nós temos dentro das nossas universidades têm contribuído de forma bastante efetiva para o controle da pandemia. Grande parte dos cientistas estão dentro das instituições de ensino superior. Se não fosse a ciência em todo o mundo, não estaríamos no momento que estamos agora, de aprender a conviver com esse vírus.

O Boletim Informativo Covid/Ufes é previsto nas resoluções nº 56/2020 e nº 20/2021 do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) da Ufes. A íntegra do documento também está disponível para consulta no portal da Ufes (menu do lado direito) e no site https://coronavirus.ufes.br/.

 

Entrevista: Sueli de Freitas
Texto: Thereza Marinho

 

Publicado em 28 de janeiro de 2022.

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