Modelo matemático construído na Ufes simulará avanço do coronavírus

Um grupo de professores do Departamento de Matemática da Ufes está trabalhando na construção de um modelo matemático para possibilitar simulações do possível avanço do coronavírus na Grande Vitória e analisar como as medidas de contenção da disseminação do vírus estão ajudando no achatamento da curva de contágio. Segundo o professor Etereldes Gonçalves Júnior, que trabalha no projeto junto com seus colegas Fabiano Petronetto do Carmo e Alcebíades Dal Col Júnior, o modelo matemático simulará possíveis cenários para a disseminação do novo coronavirus, com intuito de auxiliar as autoridades competentes na tomada de decisão. 

O trabalho teve início por demanda da professora Ethel Leonor Noia Maciel, em nome do Comitê Operativo de Emergência da Ufes. Primeiramente foi realizado o levantamento dos modelos já desenvolvidos em situações semelhantes. O segundo passo foi mapear os locais onde a propagação da contaminação do vírus será simulado. “O modelo matemático levará em conta probabilidades de contaminação em determinado local e de circulação de pessoas entre os locais mapeados”, informou Gonçalves Júnior. 

A base de dados que está sendo utilizada no projeto, como população existente, é a do último Censo do IBGE. Neste momento, está sendo feita a modelagem dos bairros de Vitória. “Por ser uma ilha, é relativamente mais fácil isolar os bairros e, com isso, o modelo é mais simples. Os próximos passos serão modelar a região metropolitana, onde estão concentrados os casos de coronavírus, e depois o interior do Estado”, explicou o professor. 

Mitigar impactos

A importância da construção do modelo matemático está na testagem das medidas adotadas para conter o avanço do vírus com menos impactos. Segundo Gonçalves Júnior, a literatura especializada aponta que se nenhuma medida de contenção for tomada, em sete dias o número de infectados multiplica por seis. “Além do avanço rápido do vírus, as medidas de contenção, como fechamento de estabelecimentos públicos e distanciamento social, resultam em vários impactos sociais e econômicos. Então a importância desse modelo matemático é testar essas medidas para mitigar os impactos”.

O professor Petronetto assevera: "Um local de alta circulação funcionando faz com que o vírus se propague mais rapidamente pela região. Enquanto medidas de distanciamento social fazem com que a contaminação seja mais lenta."

Legenda do gráfico: À esquerda, ilustração do modelo num instante de tempo de uma simulação com o modelo proposto num cenário com circulação livre e, à direita, os gráficos correspondem ao número de pessoas contaminadas ao longo de simulações com circulação livre (vermelho), locais de alta circulação fechados (azul), e locais de alta circulação fechados e circulação reduzida a 30%. Na esquerda, os pontos representam locais que estão coloridos de acordo com o número de pessoas contaminadas no local (veja o mapa de cor vertical ao lado), e as arestas (ligações entre os pontos) modelam a mobilidade da região.

Texto: Sueli de Freitas
Edição: Thereza Marinho

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