Pesquisadora tira dúvidas sobre a vacinação contra a COVID-19 em programa da TV Ufes

Braço tomando injeção e a imagem da professora Ethel Maciel, com o texto Vamos Falar Sobre... Vacinas contra a Covid-19 e logomarca da TV Ufes

Um dos temas mais discutidos dos últimos dias é o início da vacinação contra a COVID-19 no Brasil. Para tratar desse assunto, a TV Ufes convidou a epidemiologista e pesquisadora da Ufes Ethel Maciel, que, em entrevista à estudante de jornalismo Andrezza Steck, explicou sobre o processo de produção da vacina, desafios para a vacinação no país e orientações à população.

Ethel Maciel lembrou que a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é de que vacinas com pelo menos 50% de eficácia devem ser utilizadas, pois têm capacidade de reduzir a quantidade de casos e de mortes pelo novo coronavírus.

A pesquisadora ressaltou, também, o avanço da ciência em um ano: “nunca soubemos, em tão pouco tempo, sobre uma doença, quanto o que aprendemos até agora sobre a COVID-19. Há doenças conosco há milênios, sobre as quais sabemos menos do que esta”.

Sobre as vacinas desenvolvidas no Brasil, a Coronavac (feita em parceria com o Instituto Butantan) e a de Oxford (parceria com a Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz), Ethel ressalta a vantagem de elas podem ser produzidas no país. “Nesse momento, não sabemos ainda se precisaremos tomar vacina todo ano ou a cada dois anos, se haverá novas variantes… Ainda estamos conhecendo o vírus”, ressalta Ethel.

Assista:

A pesquisadora ressalta que a maioria dos insumos farmacêuticos usados no Brasil já vem da China. Para a pesquisadora, o desafio atual é que os insumos farmacêuticos efetivamente cheguem da China para a produção nacional.

Iniciativas 

Ethel Maciel comentou também sobre a adesão do Brasil à iniciativa Covax, que permite um acordo com diversos fabricantes de uma vez, por meio da OMS. Em seu entendimento, uma participação maior na Covax permitiria acelerar o processo de vacinação e chegar à imunidade coletiva, que seria alcançada quando há cerca de 70% da população vacinada.

Outro assunto abordado foi o da vacinação de crianças e adolescentes, ainda em estudo – algumas dessas pesquisas em fase 3, a última antes de serem submetidas à aprovação de autoridades sanitárias. A pesquisadora ressaltou que as novas variantes do vírus (entre elas, a que circula em Manaus) atingiram um número maior de crianças, inclusive com mais gravidade.

Sobre as vacinas de RNA, Ethel Maciel ressaltou que a tecnologia já existe há mais de 20 anos e era aplicada aos estudos sobre vacinas para câncer, mas pode ser usada também para outros vírus e bactérias. A pesquisadora lembra que outros vírus e bactérias ainda desconhecidos podem saltar de animais para os humanos e causar novas doenças na espécie humana.

Ressaltou, ainda, que, como não se sabe ainda todo o conhecimento da doença, é necessário continuar mantendo os cuidados como uso de máscara e distanciamento social, inclusive entre pessoas que já contraíram a COVID-19, uma vez que há risco de reinfecção e que a imunidade adquirida tem pouca duração.

Sobre a TV Ufes

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Texto: Camila Fregona e Lidia Neves

Publicado em 29 de Janeiro de 2021.

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