Um ano de covid: ações extensionistas e culturais alcançaram cerca de 3 milhões de pessoas
O ano de 2020 não foi fácil para ninguém e, infelizmente, 2021 começou com um cenário semelhante. A pandemia da covid-19 trouxe sentimentos de medo, insegurança e preocupação com o presente e o futuro. Na Ufes não foi diferente e, para tentar conter a disseminação do novo coronavírus entre os membros da comunidade universitária e a sociedade, a instituição está há um ano com suas atividades presenciais suspensas, o que reflete, também, em seus programas e projetos extensionistas e culturais, que demandam contato direto com públicos diversos.
Contudo, assim como aconteceu nas demais áreas da Universidade, estes setores não paralisaram suas atividades. Ao contrário, dados da Pró-Reitoria de Extensão (Proex) mostram que 111 ações que tratam especificamente de temas ligados ao novo coronavírus foram registradas no Portal de Projetos desde o início da pandemia e várias outras, que já estavam em andamento, foram adequadas para atender às novas necessidades das comunidades interna e externa, surgidas em virtude do isolamento social. Cerca de um milhão de pessoas foram atendidas por essas ações. Além dos 111 projetos de extensão relacionados à covid desenvolvidos em 2020, o Portal de Projetos registra outras 719 atividades das mais diversas áreas do conhecimento, totalizando 830 programas que beneficiaram mais de quatro milhões de pessoas (4.022.394) no ano passado.
Por sua vez, a Secretaria de Cultura da Ufes (Secult), responsável pelo Cine Metrópolis, pelo Teatro Universitário e pela Galeria de Arte Espaço Universitário (Gaeu), precisou reorganizar todas as suas atividades para o meio virtual, além de criar novas ações já idealizadas para o formato on-line, caso do Painel Ufes de Cultura. No total, foram mais de cem atividades organizadas pelos setores da Secult em 2020, entre exposições, lives, mostras de longas e curtas-metragens e espetáculos teatrais e musicais, que foram visualizadas por mais de dois milhões de pessoas nas redes sociais e plataformas de vídeo.
Extensão
Pulseira anti-covid para monitoramento do distanciamento social; produção e distribuição de equipamentos de proteção facial e de álcool em gel 70%; visualizações de dados da evolução do contágio do novo coronavírus no estado; clube de leitura de livros sobre pandemias e pestes; divulgação científica em tempos de pandemia; e curso de formação de educadores populares em saúde são alguns dos projetos extensionistas desenvolvidos por professores, técnicos-administrativos e estudantes, em parceria com membros da comunidade externa, que foram registrados na Proex em 2020, após a suspensão das atividades presenciais na Ufes.
Dentre as diversas ações já em andamento e que foram adaptadas para seguir atuando durante o período de isolamento social, está o Fordan: cultura no enfrentamento às violências. O projeto, ligado ao Centro de Educação Física e Desportos (CEFD), atua na região de São Pedro, em Vitória, tendo como foco o enfrentamento à violência e o acolhimento de famílias em vulnerabilidade. Durante a pandemia, o Fordan vem realizando eventos virtuais, como lives e debates temáticos, além de campanhas de arrecadação de cestas básicas (foto) e materiais de higiene que são distribuídos nas comunidades atendidas.
O projeto Atendimento nutricional de indivíduos com diagnóstico de obesidade do município de Alegre, do Departamento de Farmácia e Nutrição (DFN), é outro exemplo. A equipe da ação faz um trabalho de orientação, conscientização, reeducação alimentar e de estímulo à prática regular de atividade física, atendendo pessoas com sobrepeso ou obesidade na Clínica Escola de Nutrição (CEN), no campus de Alegre (sul do estado). Durante o isolamento social, o projeto está produzindo conteúdos educativos em formato digital que, postados nas redes sociais, são utilizados como ferramentas de educação nutricional.
O pró-reitor de Extensão, Renato Rodrigues Neto, destaca a importância de tantas ações extensionistas seguirem acontecendo em tempos de pandemia: “Existiram atuações em todos os campi da Ufes, atendendo a todo o estado e levando à sociedade aplicações e conhecimento científico. Ao mesmo tempo, a Universidade recebe informações para o desenvolvimento da ciência e possíveis soluções esperadas no enfrentamento da covid-19”.
Cultura
A exposição coletiva 74 Artistas, prevista para ser inaugurada de forma presencial no dia 17 de março de 2020, foi totalmente adaptada pela Gaeu para acontecer de modo virtual. Da mesma forma, foram produzidas outras quatro exposições on-line; sete lives semanais ao vivo, com a participação de artistas; catálogo digital sobre a exposição Múltiplo Comum; e oficinas de isogravura, jogo sensorial e escultura em papel. Além disso, foram disponibilizados, semanalmente, 15 vídeos do acervo da Gaeu, contendo conversas pré-gravadas com artistas capixabas, e dois workshops com a equipe da Galeria.
Já o Cine Metrópolis organizou os projetos Curta em Casa, apresentando um filme por dia nas redes sociais do cinema; Lives com Realizadores; e Metrópolis Reconecta, ciclo de exibições virtuais semanais que apresentou 19 filmes, entre curtas, médias e longas-metragens.
O Teatro Universitário também foi palco de 12 espetáculos entre agosto e novembro, que foram transmitidos ao vivo pelo YouTube. Musicais, shows de stand up e peças voltadas para os públicos infantil e adulto foram realizados no Teatro, sem presença de público, e exibidos de forma on-line durante o isolamento social. Artistas nacionalmente conhecidos, como a atriz Heloísa Perisé e o humorista Matheus Ceará, apresentaram-se diretamente do palco do Teatro para o público virtual de todo o Brasil. Todas as lives foram produzidas pela WB Produções.
A Cia de Teatro da Ufes, projeto de extensão da Secult, precisou suspender a estreia de seu espetáculo, que aconteceria em agosto de 2020. Contudo, o elenco manteve os ensaios semanais, que foram remanejados para o meio virtual. A Companhia também foi responsável pela organização do projeto Memória do Teatro Capixaba, que fez 20 postagens sobre a história desta arte no Espírito Santo nos perfis sociais do Teatro.
Segundo o secretário de Cultura da Ufes, Rogério Borges, o impacto da pandemia no setor cultural foi sentido de imediato. “O planejamento na Universidade precisou ser refeito em uma nova dinâmica. A equipe da Secult se reinventou e partimos na direção de não perder o contato com o público, produzindo eventos e atividades culturais mesmo a distância”, destaca.
Texto: Adriana Damasceno
Foto: Divulgação Fordan
Edição: Thereza Marinho
Publicado em 18 de março de 2021.